quarta-feira, julho 12, 2017

Duas versões da balada Minha mãe:

Minha Mãe - Serenata Monumental‪ - Queima das Fitas Coimbra 2013‬

https://www.youtube.com/watch?v=x6z5Cxi9d7w
Zeca Afonso (original)
https://www.youtube.com/watch?v=lj2dHngPJDI


Sempre Coimbra


Balada de Despedida do 5º Ano Jurídico 88/89 - Queima das Fitas Coimbra 2013.



Fado de Coimbra e a sua beleza eterna

Samaritana

https://www.youtube.com/watch?v=rEZUMOUif9w

A beleza de Coimbra com as suas tradições académicas.

Coimbra tem mais encanto na hora da despedida

https://www.youtube.com/watch?v=AsqQXQ6H7dU
Nota pessoal:
Lembro-me dos meus tempos de estudante na Universidade de Coimbra e das trovas e canções Coimbrãs, na vanguarda da resistência politica ao fascismo e autoritatrismo do estado novo.
Poema de Manuel Alegre e voz de Adriano Correia de Oliveira.

É de uma enorme actualidade: Há sempre alguém que resiste.

Trova do Vento que Passa
Adriano Correia de Oliveira
 


Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.
o vento nada me diz.

La-ra-lai-lai-lai-la, la-ra-lai-lai-lai-la, [Refrão]
La-ra-lai-lai-lai-la, la-ra-lai-lai-lai-la. [Bis]

Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.

Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.

[Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.

Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio -- é tudo o que tem
quem vive na servidão.

Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.

E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.

Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.

Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).

Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.

E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.

Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.

E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.

Quatro folhas tem o trevo
liberdade quatro sílabas.
Não sabem ler é verdade
aqueles pra quem eu escrevo.

Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.

Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.